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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Ensinar é aprender, não é transmitir conhecimentos

Ensinar é aprender. Ensinar não é transmitir conhecimentos. O educador
não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a
formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos
indivíduos para que se forme um consenso em torno de verdades e eles
próprios encontrem as suas opções.

A etimologia revela que o substantivo aprendizagem deriva do latim
"apprehendere", que significa apanhar, apropriar, adquirir
conhecimento. O verbo aprender deriva de preensão, do latim
"prehensio-onis", que designa o ato de segurar, agarrar e apanhar,
prender, fazer entrar, apossar-se de.

Ensinar: palavra latina insignīre, quer dizer "marcar, distinguir,
assinalar". É a mesma origem de "signo", de "significado". A principal
meta da educação se processa em torno da auto-realização. Logo, ela
propõe a reformulação constante de diretrizes obscuras para alcance
dos objetivos, comprometidos com a valorização da vida. A educação
carimba a sociedade que deseja ter !

O professor, como agente de comunicação, transformou-se num dos mais
pobres recursos e dos mais ricos. Quando se imagina dono da verdade,
rei do currículo, imperador do pedaço, mendiga e se frustra. Quando se
apresenta cheio de humildade, de compreensão e vontade de aprender,
resplandece e brilha!

Os estudantes estão abastecidos por uma carga de informações cuja
capacidade de assimilação nem comporta. O ser humano tem potência de
semi-deus, com emoções de um mortal. O avanço da era espacial em que
vive tornou o homem angustiado pela consciência de sua fragilidade
para absorver e superar os desafios à sua volta. É mister que se
reestruture o conceito de Escola ou se reconheça a sua derrota. Os que
nela atuam não podem continuar a caminhar distantes da realidade, em
marcha lenta, porque assim, estão concorrendo para o fracasso.

Repetindo uma expressão muito antiga, “a Escola não sabe a força que
ela tem.” Deve-se abolir, de imediato, a cultura do supérfluo,
selecionando conteúdos mais significantes e atuais. Não se pode
contribuir para que o desinteresse se instale e, conseqüentemente,
esvazie o espaço da aprendizagem permanente. O educador deve se
preparar para estar apto perante a onipotência da máquina, e não se
assustar com a sua eficiência. Estar sempre atento aos
transbordamentos da ciência e não se embrutecer na resposta.

De que valem as "reformas" educacionais, se mudanças radicais não
ocorrem? Elas passam, os problemas maiores continuam, gerações se
substituem e, no universo de perguntas não respondidas, resultados
positivos não se operam, muitas vezes. Os enlatados culturais
intoxicam como os outros, se transformam em "pacotes culturais" e saem
por aí, empacotando a sensibilidade, a criatividade, que tanto
contaminam a educação.

Um exemplo? Entende-se barulho como música! Poesia como cafonice,
família como utopia, Pátria como sucata. Quem ama educa, educar é
educar-se a cada dia, sem a pretensão de preparar para a vida. O poder
de adivinhar o futuro o educador não o possui. Ele orienta, para que,
em situações imprevisíveis, se processem alternativas. Educar não é
ensinar, é aprender.

Postado por: Paulo santos lima.

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